“A família .”

Escrito em 13/02/2021
Família Viva Realengo


“Jesus pode escrever uma nova história.”

Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com toda a retidão e fidelidade. Tirai os deuses que serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi o Senhor. Porém, se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir; se aos deuses, a quem serviram os vossos pais além do rio, se aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porque, quanto a mim, eu e minha casa serviremos o Senhor. (Js 24,14-15)
A família que não se esforça e não se propõe a servir ao Deus Único e Verdadeiro dificilmente experimentará a cura e a libertação de suas feridas. Por consequência, encontramos casais e filhos machucados em seu interior; pessoas escravas do pecado, do mundo e do inimigo de Deus; pessoas “destruídas”, sem esperança e desanimadas, doentes e com os corações dominados pela amargura. Essas características são sinais visíveis de que tais pessoas precisam urgentemente, antes de tudo, de uma profunda restauração do seu relacionamento com o próprio Deus. Percebo que na minha infância os pais levavam as crianças a missa onde aprendiam sobre família e sobre os 10 mandamentos.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que Deus criou o homem e a mulher para viver na sua amizade, para estar em profunda comunhão com ele, e se essa amizade com Deus está ferida, os relacionamentos ficarão desgastados e marcados pelos desentendimentos, surgindo, assim, as brigas e confusões, com um convívio quase impossível. Já na EBD aprendemos com mais profundidade a Bíblia é por que Jesus Cristo veio para salvar e transformar toda a situação de desespero e dar vida ao que estava morto. Não podemos nos desanimar com o atual cenário das famílias, que passam por diversas provas e sofrimentos. É preciso enfrentar contando com o auxílio de Jesus e  confiar na graça de Deus, procurar a solução para os problemas familiares e não cruzar os braços, mas empenhar-se na busca pela cura e libertação, porque a família é designío de Deus, é projeto Divino e não humano; é instrumento de Deus para a salvação humana.
Não há dúvida da presença do Salvador junto às famílias. Uma presença atuante e amorosa, que concede a força necessária para a família realizar o maravilhoso projeto de Deus. Mas é preciso decidir-se por Jesus, realizar a vontade de Deus, buscar viver a Palavra, os ensinamentos da Igreja, romper definitivamente com falsas doutrinas e não deixar-se mais ser enganados pelos erros dos falsos profetas.
As famílias precisam entender, definitivamente, que caminhar na vontade do Pai é colocar o Senhor no centro de suas vidas e não permitir que ilusórios ensinamentos e coisas mundanas contaminem as mentes e os corações. A contaminação acontece quando, por exemplo, a pornografia entra em nossos lares, além da corrupção, mentiras e infidelidades; quando somos dominados pela preguiça e não oramos; não vamos mais ao culto não temos tempo para a Palavra de Deus; ou quando preferimos as coisas do mundo. Um outro caso pode ser no domingo, Dia do Senhor, quando começamos a dar prioridade a outras coisas: compras, divertimentos, viagens etc.
Deste modo, deixamos Deus do lado de fora das nossas vidas e não há esforço para estar em intimidade com Ele. Acabamos, por fim, abandonando os ensinamentos da Igreja e o discipulado. Começamos a enxergar o evangelho  e a espiritualidade como “coisas retrógradas”, algo ultrapassado, antiquado. E, assim, como uma “bola de neve”, não achamos mais relevante orar e, muitas vezes, passamos até a zombar daqueles que buscam uma vida espiritual.
O mais triste de tudo sobre o que relatei de problemas e conflitos familiares é que pode surgir, a partir do não compromisso com Deus, uma busca de falsos deuses, ídolos e falsas religiões, vicios, o que pode acarretar, para as suas vidas e sua casa, todo tipo de desequilíbrio emocional. Assim, a família começa a viver sem rumo; cada um quer ser o “senhor” de suas próprias ideias e viver num mundo à parte, egoísta, com cada um em seu canto, nas redes sociais como meio de difundir suas mentiras, como se fossem verdades etc... E a família vai perdendo sua característica de comprometimento e amor fiel, doação e entrega total para o bem dos filhos, futuros de uma nova sociedade pensada por Deus.
A Palavra de Deus nos fala no livro do Deuteronômio: “Mas se não obedeceres à voz do Senhor, teu Deus, se não praticares cuidadosamente todos os seus mandamentos e todas as suas leis que hoje te prescrevo, virão sobre ti e te alcançarão todas estas maldições: serás maldito na cidade e maldito nos campos; serão malditas tua cesta e tua amassadeira; será maldito o fruto de tuas entranhas, o fruto do teu solo, as crias de tuas vacas e de tuas ovelhas; serás maldito quando entrares e maldito serás quando saíres” (Dt 28,15-19). Em consequência de desobediência a Deus, a felicidade e bom êxito nos empreendimentos ficarão muito prejudicados. É muito difícil o casal continuar com a proposta de um casamento feliz e famílias constantemente restauradas se não acontecer uma realização pessoal e familiar fundamentada numa vida na presença do Senhor, para somente a Ele servir e prestar culto, de coração livre, aberto e sem interesses.
Deus nos criou para estarmos em comunhão com Ele, não porque tem necessidade de nós. Ao contrário, somos nós que precisamos de Deus. As nossas famílias precisam de Deus e da sua Palavra, dos seus ensinamentos e da sua lei. Desse modo, elas experimentarão o poder de Deus à medida que tenham abertura às graças divinas, quando, de fato, fizerem o propósito de romperem com todos os ídolos, como por exemplo, o mau uso da televisão. É triste constatar como famílias inteiras têm ficado horas em frente a uma televisão, fazendo dela um ídolo. Perde-se muito tempo com programas que não acrescentam em nada à vida familiar e, nem de longe, oferecem sequer algum tipo de formação humana. Assim, esposos e esposas não se relacionam mais; não têm mais tempo de conversarem com os seus filhos; e dão desculpas vazias de que não têm tempo para nada, nem para a educação dos próprios filhos. Entretanto,
teimam por não enxergar que estão perdendo um tempo precioso de suas vidas diante de um aparelho de televisão ou celulares. Durante a semana, ficam a noite toda na busca de entretenimentos e, nos finais de semana, passam o domingo assistindo a futebol e programas de duração de quase quatro horas consecutivas, feitos no intuito de distrair com aquilo que é supérfluo, levando a família a viver uma vida de relativismo e consumismo.
Criamos uma família com o desejo de ter as coisas, as mais caras, as que aparentam maior status e poder. Todavia, o cerne da família, que deveria ser o amor, vai perdendo seu sentido. Ela passa a ser considerada chata e de poucos atrativos. Aumenta, assim, o desafio de formar uma pessoa de caráter, o que, nos dias de hoje, pode ser nadar contra a correnteza de um mundo onde tudo é descartável e de resoluções rápidas, ficando a pessoa em segundo plano. E, infelizmente, a família de hoje não está mais interessada em gastar tempo pelo outro, para que possa se sentir amado, acolhido e valorizado de forma mais verdadeira, com tudo aquilo de anseios e frustações que cada pessoa humana traz em si e que precisaria de ser trabalhado no seio de uma família.
Vou tocar agora num assunto que acho muito sério, sobre o qual, como já ouvi, muitos pais considerarem uma espécie de fanatismo ou até mesmo um exagero. Não devíamos admitir, em hipótese alguma, que as nossas crianças assistam às novelas. O cérebro ainda em formação de uma criança não está preparado para visualizar cenas de pornografia e violência. Sabemos que o inconsciente dela está gravando tudo. Mas vamos deixando-as ali, vendo, escutando tudo, como se tudo fosse muito normal. Já cheguei a escutar com muito pesar: “É isso mesmo! Está na moda, todo mundo vê e todo mundo canta, usa shortinho curto mesmo e requebra até o chão”. E alguns pais  ̈homicidas ̈ acham tudo lindo e maravilhoso. Acabam sendo inocentes úteis de uma sociedade que, por debaixo dos panos, sensualiza a criança e, depois, no futuro, esses pais se “espantarão” dizendo que não sabem como a filha ou o filho caiu na prostituição; ou como teve uma gravidez indesejada na adolescência; como está se relacionando com um homem já casado; porque está envolvido com drogas e pequenos furtos. É lastimável dizer aos pais que, infelizmente, eles estão colhendo nada mais do que aquilo que eles próprios plantaram, numa fase em que o cérebro da criança deveria ser formado a partir de valores humanos e cristãos, conforme a crença de seus pais. A maioria dos pais, atualmente, é, desculpe a franqueza, omissa e preguiçosa. Deixam os filhos assistirem a tudo, navegarem na internet com acesso a tudo e sem disciplina e, assim, visualizam muitas coisas imprestáveis.
Se você é pai ou mãe de família e está vivendo assim, cuidado! Sua família está em risco de ser dilacerada pela mídia e o que ela propõe. Precisamos ter a coragem de colocarmos Deus em primeiro lugar em nossas vidas. Ele precisa ter a exclusividade em nossas escolhas. Isso não é “balela” ou “coisa de beata” que está na Igreja. Isto é uma necessidade urgente. Jesus deixou clara a necessidade que temos de colocar o Senhor em primeiro lugar, como aponta o Evangelho de Mateus: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33).

Oração: Pai eu quero te adorar, pela minha família, me perdoa se não estou conduzindo a de forma correta e me ajuda a seguir e ensinar os caminhos aos meus filhos maturai e espirituais. Em nome de Jesus. Amém.