“ Como ser dirigido pelo Espírito Aula 5”

Escrito em 12/03/2021
Família Viva Realengo


“Como decidir sobre coisas duvidosas“?

Como ser dirigido pelo Espírito Aula 5
Como decidir sobre coisas duvidosas
Existem muitas questões e situações com as quais nos deparamos em nosso dia a dia que não são mencionadas especificamente na Palavra de Deus. Precisamos seguir alguns critérios bíblicos se desejamos nos guardar do mal, guardar os irmãos mais fracos, tratar com as discordâncias entre os irmãos e evitar escândalos.
Em cada cultura há certas práticas que são questionáveis. Estas práticas muitas vezes não são mencionadas especificamente na Escritura como sendo certas ou erradas para um discípulo de Jesus.
Você pode pensar facilmente em coisas práticas em nossa própria cultura. Elas podem incluir atividades de lazer ou entretenimento. Podem ser clubes ou organizações aos quais você poderia querer pertencer. Estas práticas incluem certos hábitos e opções do que você come ou bebe. Elas podem ser as questões sobre os dias que devem ser usados para adoração ou os dias de descanso.
Como você determina a vontade de Deus com respeito a certas práticas quando a direção específica sobre tais questões não é dada na Bíblia?
De maneira geral, você deverá sempre considerar primeiramente os sinalizadores que mencionamos nas aulas anteriores, como o testificar e a consciência do espírito. Mas existem algumas perguntas que podem ajudá-lo indicando o que você pode fazer diante de uma situação duvidosa.
1. Glorifica a Deus?
Talvez o mais importante para julgar uma prática questionável é fazer a pergunta: “glorifica a Deus?” A Palavra de Deus diz que tudo o que você faz deve glorificar ao Senhor:
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Col. 3.17).
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Col. 3.23-24).
Como definir o que glorifica a Deus? Isso pode ser algo bem subjetivo, mas uma maneira prática é observar se você é capaz de agradecer a Deus antes de fazer determinada atividade. Se aquilo for incompatível com uma oração, então certamente não glorifica a Deus.
2. Qual é sua motivação?
Por que você quer se ocupar com esta prática? Qual é a sua razão ou o motivo para fazê-lo? Até mesmo uma atividade boa pode ser feita com motivações erradas. Por exemplo, Tiago dá uma ilustração de um motivo errado para orar:
“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg. 4.3).

Orar certamente não é errado, porém, os motivos para alguns pedidos são impróprios. A motivação descrita neste versículo é o desejo de cumprir os desejos da carne.
3. É necessário ou conveniente?
Paulo declara que, enquanto algumas coisas podem ser consideradas lícitas ou legais (sem violar a Palavra Escrita de Deus), você deve considerar se elas são realmente convenientes.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co. 6.12).
Será que é conveniente e necessário sentar em certos lugares, participar de certos eventos ou fazer parte de certos grupos? Não é ilícito, mas pode ser inconveniente para você como filho de Deus.
4. Promoverá o crescimento espiritual?
Muitas atividades podem impedir o crescimento espiritual. Outras atividades podem tornar-se consumidoras de tempo e sufocar o crescimento espiritual:
“Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera” (Mc. 4.18-19).
“A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” (Lc. 8.14).
Pergunte a si mesmo: “Esta atividade impede ou promove meu crescimento espiritual?” As atividades que impedem o crescimento espiritual se tornam pesos que interferem na corrida espiritual que Deus tem posto diante de você:
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb. 12.1).
5. É um hábito escravizador?
Faça a si mesmo essa pergunta: “Esta prática produz um tipo de escravidão?” Um hábito escravizador é algo que o controla. Você sente que não pode ficar sem ele e você tem dificuldade para deixá-lo.
Paulo comenta com respeito aos hábitos que escravizam:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co. 6.12).
Qualquer atividade que escraviza fisicamente, mentalmente, espiritualmente ou exige que se gaste frequentemente um tempo valioso deve ser evitada.
6. É um compromisso?
Paulo pergunta em 2 Coríntios 6.14:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”.
A prática que você está considerando é um compromisso espiritual? Você está comprometendo-se com atividades do mundo ou aceitará seus padrões para fazer esta coisa? A Bíblia ordena:
“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei” (2 Co. 6.17).
7. Levará à tentação?
Jesus nos ensinou a orar: “não nos deixes cair em tentação”. É inútil fazer esta oração e, então, por meio de uma atividade questionável, deliberadamente colocar-se em um lugar de tentação. A Bíblia adverte:
“Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade. Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tg. 1.13-15).
A tentação é diferente de uma provação da fé. Uma provação ocorre quando um crente enfrenta uma situação difícil a respeito da qual não teve nenhuma escolha. A situação prova sua fé em Deus. Deus permite as provas para fortalecer sua fé e levá-lo à maturidade espiritual.
Porém, Deus não tenta ao homem. A tentação é o desejo de fazer o mal. A tentação vem quando você não controla seus pensamentos e ações adequadamente ou quando Satanás o incita a fazer o mal. Algumas práticas questionáveis podem colocá-lo em situações de tentação. Se você entregar-se à tentação, paixão ou luxúria, isso resultará em pecado, e o pecado resulta em morte espiritual.
8. Tem aparência do mal?
A prática que você está considerando tem uma aparência do mal para os outros? A Bíblia ordena:
“Abstende-vos de toda forma de mal”. Na versão RC lemos: “Abstende- vos de toda aparência do mal” (1 Ts. 5.22).
Não basta ser santo, tem de parecer santo também. Sempre gosto de pensar como o Senhor foi prudente em se encontrar com Nicodemos à meia noite num lugar privado, mas se encontrou com a mulher samaritana ao meio dia, na beira de um poço, no centro da cidade. Se ele tivesse invertido, ele continuaria sendo santo, mas não teria a aparência de santidade.
9. Viola a sua consciência?
Ao tomar uma decisão com respeito às práticas questionáveis, você deve estar totalmente persuadido de que sua opção é a correta. No tempo do Novo Testamento, os crentes divergiram sobre se era correto ou não comer a carne vendida nos açougues.
Entre gregos e romanos naqueles dias, a carne que era vendida no mercado era aquela de animais que tinham sido usados nos sacrifícios em templos pagãos. Por causa disso, muitos crentes sentiam acusação na consciência, pois lhes parecia que estavam comendo algo consagrado a

demônios. Seria o mesmo caso de hoje comermos aquela galinha preta usada nos despachos. Você sentiria paz em comê-la junto com a farofa? A maioria dos crentes responderia que não.
Paulo então nos dá uma definição sensacional. Ele diz que tudo o que não vem de fé é pecado, ou seja, se a sua consciência acusa, não faça.
“Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm. 14.23).
O princípio é que você deve estar totalmente convencido na sua consciência a respeito de qualquer coisa que fizer. Se permanecer a dúvida a respeito de um assunto no qual você está envolvido, então pare. Na dúvida, não ultrapasse. Se você tem dúvidas, então se torna pecado você se envolver-se com tais práticas. Jamais aja sem convicção.
10. Afetará os outros negativamente?
Se eu fizer tal atividade, como ela afetará os outros? Ela os edificará? Edificar significa instruir, construir ou melhorar espiritualmente.
“Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros” (Rm. 14.19).
Esta atividade contribui de uma maneira positiva para o desenvolvimento espiritual de outros? Paulo escreve:
“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Co. 10.23).
Algumas práticas nas quais você pode se envolver podem se tornar um obstáculo para o crescimento espiritual de outros crentes. De novo, falando sobre a questão de comer a carne, Paulo escreveu:
“E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo” (1 Co. 8.13).
Paulo não considerou que era errado comer carne. Porém, ele não comeria se isto impedisse um irmão mais fraco de crescer em sua fé. Um irmão mais fraco é um crente que, devido à sua debilidade na fé, conhecimento ou consciência, pode ser prejudicado pelo exemplo de um irmão mais forte. Ele pode ser influenciado a fazer aquilo que você faz em paz, mas como ele é fraco, ele se sentirá condenado quando fizer, e isso impedirá o crescimento espiritual dele.
Um crente mais forte é alguém que, devido à sua compreensão de liberdade em certas áreas e à força de sua convicção, exerce liberdade com boa consciência. Ele não se deixa levar pelas opiniões diferentes dos outros.
Qualquer ação da parte de um irmão mais forte que normalmente seria permitida está errada se influenciar um irmão mais fraco a pecar contra sua consciência ou impedir seu progresso espiritual. Paulo escreveu:
“É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer” (Rm. 14.21).
Aqui temos o resumo das diretrizes bíblicas para decidir sobre questões polêmicas: Pergunte a si mesmo:
1. Glorifica a Deus? (1 Co. 10:31; Col. 3:17, 23); 2. Qual é a sua motivação? (Tg. 4.3);
3. É conveniente? (1 Co. 6:12)

4. Promoverá o crescimento espiritual? (Mc. 4:18, 19; Hb. 12:1; Lc. 8:14); 5. É um hábito escravizador? (1 Cor. 6:12);
6. Levará à tentação? (Tg. 1:13-15)
7. É um compromisso? (2 Cor. 6:17);
8. Tem aparência do mal? (1 Ts. 5:22);
9. Viola a consciência? (Rm. 14:23);
10. Como afetará aos outros? (Rm. 14:19, 21; 1 Cor. 8:13; 10:23).

Oração:

Pai eu quero te adorar obrigado por tudo! Eu creio, eu declaro, eu recebo a visão profética que o Senhor me deu. Em nome de Jesus amém.